A cidade de Caxambu (MG) desenvolveu e enquadrou um projeto de Internet das coisas no âmbito do BNDES Pilotos IoT para implantação de rede de iluminação pública habilitadora e videomonitoramento para segurança pública.
Sobre o BNDES Pilotos IoT
O BNDES Pilotos IoT (Internet of Things, em inglês) é um desdobramento do estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil”, apoiado pelo BNDES em parceria com Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Seu objetivo é a seleção de projetos-piloto de testes de soluções tecnológicas de Internet das Coisas (IoT) para apoio com recursos não reembolsáveis nos três ambientes priorizados: Cidades, Saúde e Rural. Os objetivos de cada ambiente estão apresentados no diagrama que segue.
O que é um projeto piloto?
A diversidade de aplicações da IoT requer o desenvolvimento de inúmeras tecnologias. As soluções de IoT têm como base quatro camadas tecnológicas, o que inclui tecnologias de: (i) dispositivos; (ii) rede; (iii) suporte a serviços e aplicações; e (iv) segurança da informação. A integração dessas quatro camadas é o principal desafio para que aplicações conceitualmente viáveis cheguem ao mercado, consolidando o processo de inovação.
Nesse contexto, um projeto-piloto consiste em um ou mais casos de uso que serão testados em plataformas de experimentação e/ou diretamente em ambientes reais de uso, como cidades, cuja execução será por meio de testes em escala real e ambiente controlado.
Etapas de avaliação dos projetos
Todos os projetos pilotos seguem um processo de avaliação.
O BNDES concluiu a etapa de enquadramento de planos de projetos piloto no âmbito do BNDES Pilotos IoT. Caxambu (MG) conseguiu enquadrar um projeto na categoria “Ambiente de Cidades”. Os planos foram selecionados por Grupos Multidisciplinares de Avaliação, um para cada ambiente, formados por integrantes internos e externos ao BNDES. Para efetuar a seleção, os Grupos analisaram o mérito dos pilotos, dos integrantes do consórcio e da metodologia de avaliação de impacto a ser realizada em cada iniciativa.
Internet das Coisas (IoT)
De acordo com a União Internacional das Telecomunicações, Internet das Coisas é uma infraestrutura global para a sociedade da informação, que habilita serviços avançados por meio da interconexão entre coisas (físicas e virtuais), com base nas tecnologias de informação e comunicação. Em sentido amplo, trata-se não apenas de conectar coisas, mas também de dotá-las do poder de processar dados, tornando-as “inteligentes”.
Conforme ilustrado no diagrama que segue, a Internet das coisas é a rede de todas as coisas e objetos que se comunicam e se regulam de forma autônoma na Internet.
Ao longo do ano de 2017, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) investiram muito tempo e esforço para garantir que o Brasil se beneficie dessa onda tecnológica IoT. O estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil” é um marco fundamental nessa trajetória, pois consolida uma visão estratégica sobre o tema em âmbitonacional. O estudo estratégico foi realizado em três etapas: análise de aspirações para o Brasil e identificação de insumos para priorização, aplicação de um processo de priorização e definição de uma matriz de priorização da IoT para o Brasil.
A aspiração do Brasil é tornar a IoT num instrumento de desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira, capaz de aumentar a competitividade da economia, fortalecer as cadeias produtivas nacionais e promover a melhoria da qualidade de vida.
Todos os ambientes foram analisados e priorizados, conforme apresentado a seguir.
A partir dos objetivos e das frentes prioritárias de IoT, quatro ambientes de aplicação foram identificados e serão priorizados nos planos de ação para o futuro: Cidades, Saúde, Rural e Indústria.
Em cada ambiente, objetivos estratégicos claros foram definidos.
Nesse contexto, o BNDES se comprometeu em alocar recursos não reembolsáveis em três ambientes priorizados: Cidades, Saúde e Rural. Seu objetivo é a seleção de projetos-piloto de testes de soluções tecnológicas de Internet das Coisas (IoT). A participação do BNDES com recursos não reembolsáveis poderá chegar a 50% dos itens financiáveis. O valor mínimo do apoio do Banco a cada plano de projetos-piloto será de R$ 1 milhão.
Projeto piloto IoT em Caxambu (MG)
O projeto piloto IoT (Internet of Things) de Caxambu (MG) será desenvolvido e executado no âmbito da Fundação Instituto Nacional de Telecomunicações (FINATEL). Ele consiste na implantação de um sistema de telegestão da rede de iluminação e de integração com videomonitoramento para segurança pública. Trata-se de um projeto estruturante.
Um dos principais pontos necessários para o adequado desenvolvimento da Internet das Coisas está relacionado com a disponibilidade de conectividade. Portanto, transformar os postes de iluminação de Caxambu (MG) em centrais de conectividade é uma ação estruturante que irá permitir desenvolver a infraestrutura de conectividade da cidade. Essa ação deverá ser desenvolvida em conjunto com uma adaptação da legislação e regulação do município.
Com relação a segurança pública o objetivo do projeto é aumentar a capacidade de vigilância e monitoramento das áreas da cidade para inibir e mitigar situações de risco à segurança.
Mas o impacto esperado do projeto IoT de Caxambu (MG) vai além. O desenvolvimento da infraestrutura de conectividade da cidade via internet abre também outras aplicações e soluções inteligentes que poderão ser implantas se necessário, entre as quais:
- Gestão da programação de ônibus. Sensor fornece a localização exata do ônibus, o tempo estimado de chegada (ETA) e comunica-se com o ponto de ônibus onde a informação pode ser publicada em monitor.
- Monitoramento da qualidade do ar e da água. Sensores leem a qualidade do ar e da água.
- Monitoramento meteorológico. Sensor fornece e comunica a temperatura, pressão atmosférica e níveis de precipitação.
- Monitoramento da frota de veículos públicos mediante o rastreamento.
- Identificação de vazamentos de água ou de gás. Sensor detecta vazamentos.
- Comunicação automática (via Internet) de incêndios mediante a instalação nos locais de risco de detectores de fumaça que estejam conectados à rede.
- Detecção à distancia de disparo de arma de fogo. Sensor detecta o disparo e alerta os funcionários de segurança pública.
- Reconhecimento e comunicação automática de crimes. Câmaras de vídeo detectam crimes e alertam os funcionários de segurança pública. As câmaras podem inclusive proceder ao reconhecimento facial dos criminosos e da vítimas.